Pela 1ª vez, desde 1988, o Campeonato Distrital organizado pela Associação de Futebol de Castelo Branco vai ter apenas uma divisão. Ou seja, apenas se inscreveram 12 equipas da 1ª divisão e 4 da 2ª divisão. Por unanimidade, em Assembleia Geral, os clubes decidiram fundir os 16 participantes, apenas e só num único escalão. Assim, a 1ª Divisão Distrital de Castelo Branco, na próxima época (2006/2007), terá 16 equipas. Esta alteração profunda, deveu-se à desistência da prova de vários clubes.
Esta questão, quanto a mim, necessita de uma reflexão profunda.
O que é que terá levado os clubes a desistir? Questões económicas? Crises directivas?
Creio que é melhor pensarmos um pouco sobre o assunto. Estou certo de uma coisa. Nas freguesias habituadas a ter, domingo sim, domingo não, a agitação própria de um desafio de futebol, vão achar falta. O vazio vai apoderar-se dessas pessoas que preenchiam a tarde de domingo com uma ída ao futebol. E seguramente que irão lamentar o sucedido.
Mas, a questão de fundo é esta. A crise no associativismo.
Todos sabemos que as organizações não se movem sozinhas. Há pessoas que são os verdadeiros motores do funcionamento das instituíções. Estas merecem o nosso apreço. Devemos apoiá-las em vez de as criticar por criticar. Como disse anteriormente, as associações vivem da carolice dos seus dirigentes. Estes dedicam muito tempo à vida associativa, em detrimento da vida pessoal e profissional. Descoram-na muitas vezes, para cumprir o dever de director responsável. Só quem nunca esteve ligado a uma associação é que tem dificuldade em perceber o que digo.
Para que a crise no associativismo não afecte Alpedrinha, há um comportamento que todos devemos ter. Apoiar as instituíções e os seus responsáveis que trabalham para nos proporcionar momentos de laser e entretenimento.
Muitas freguesias do nosso concelho, só têm eventos culturais quando estes são da organização exclusiva da Câmara Municipal. Em Alpedrinha, felizmente, além destes, existem também muitos mais eventos organizados pelas instituíções como o Teatro Clube, Liga dos Amigos, Casa do Povo, Junta de Freguesia, Escuteiros e Fábrica da Igreja.
Para que, no futuro, não sejamos nós a lamentar o desparecimento de associações e eventos, devemos colaborar com todas estas instituíções. Fica o desafio lançado.
4 comentários:
Boa Tarde.
Fernando tu até tens razão que maior parte das associações vivem da carolice de alguns,e isso verifica-se em quase todas elas.
Mas tendo Alpedrinha tantas instituições e recebendo elas alguns subsidios para parteiparem em certas actividade gostava de me questionar porque é que ALPEDRINHA tem neste momento duas equipas a participar em dois torneios distintos, na Atalaia e na Póvoa da Atalaia e têm que ser os própios a pagar as inscrições, a utilizar as suas próprias viaturas,até a fazerem as camisolas.
E eu pergunto porquê se nós em certas alturas participávamos em três torneios simultaneos e conquitámos até alguns resultados, o porquê das mesmas instituições terem voltado as costas ao desporto.
Já à dois anos participámos no torneio da amizade em futebol de onze com equipas do concelho do Fundão sem qualquer apoio das instituições.
Eu acho que o desporto também é cultura,não sendo só os ranchos e o teatro uma forma de cultura e uma forma de entreter a população.
E como tu bem sabes sempre houve mais jogadores da bola do que actores nesta terra.
Reflictam e pensem nas estratégias deliniadas nessas mesmas instituições.
Um abraço
Amigo Francisco:
É verdade e tens razão no que dizes. Eu também fui daqueles que participei em vários torneios em simultâneo, por vezes com dois jogos na mesma noite e em palcos diferentes, com camisolas esquisitas que envergávamos com muito orgulho. Nessa altura gostávamos mesmo de jogar futebol. E também nessa altura, as instituíções estavam de costas voltadas para o desporto. Foi então que surgiram dois patrocinadores que nos apoiaram, que mandaram fazer um equipamento espectacular na altura (camisola amarela e calção verde) que ganhou até um troféu como o melhor equipamento num desses torneios. A partir daí, o Teatro Clube passou a apoiar mais o desporto e muitos chegaram a questionar se seria benéfico para Alpedrinha ter duas equipas a disputar os mesmos torneios. Certo é que como o Teatro Clube apoiava e bem o desporto (nessa altura) os dois patrocinadores acabaram por desistir. Agora, aquilo que eu defendo que deva ser feito é questionar os presidentes das instituíções para saber o porquê de não haver apoio para os torneios que se estão a disputar.
Eu irei fazê-lo.
1 abraço e obrigado pelo teu comentário.
Olá Fernando
Tenho seguido com alguma atenção as notícias de Alpedrinha e confesso que apesar de já ter tido vontade de intervir, só agora o faço.
É verdade que há uma crise existencialista nos corpos dirigentes do associativismo. Todavia, essa crise não é nova nem exclusiva das Colectividades de Alpedrinha. Desde há muito tempo que tenho vindo a alertar, nas Assembleias Gerais das várias Associações para este facto. Tornou-se rotina a mudança de lugares dentro dos corpos directivos para fazer cumprir a Lei.
Nós, que tanto temos dado a essas Colectividades e à Comunidade em geral, com o sentido do dever cívico cumprido, com tantos e tantos dias e noites a fio em falta com a nossa Família e Amigos, somos sempre subjugados ao chamamento da carolice que sempre imperou e impera.
Em determinado tempo, quando tive a responsabilidade dos destinos de uma das nossas associações, por protocolo por mim assumido e pelo Sr. Carlos Bragança, separaram-se as actividades a levar a efeito por cada uma delas. Tanto os estatutos da Liga dos Amigos como os do Teatro Clube contemplam o desporto. Ficou o TCA com essa tarefa muito antes destas novas posições dos patrocinadores de que se fala. Como deves estar recordado, o TCA chegou a ter quatro equipas masculinas - duas seniores e duas juvenis - e ainda uma equipa feminina de futebol de salão. E tudo isto vindo de uma Associação sem qualquer estrutura desportiva!
Os jovens interessavam-se massivamente por este tipo de actividades e daí o facto do TCA participar em vários torneios ao mesmo tempo. Muitas vezes, até no mesmo dia, obrigando à deslocação apressada dos jogadores de uma localidade para a outra, sempre nos carros dos directores. Despesas ou encargos de transportes para a Colectividade: ZERO.
Hoje existe uma outra Colectividade que até é a "proprietária" das actuais intalações desportivas. Na altura só havia a Liga e o TCA.
Sou dos que pensam que o TCA deve prosseguir, fundamentalmente, a actividade cultural, adequada às suas instalações. Penso pois que o novo figurino associativo de Alpedrinha merece que esse protocolo seja reformulado. É imperativo que os Dirigentes das três Colectividades se sentem à mesa para este tipo de discussão.
Sabes bem que todos os Dirigentes fazem aquilo que podem e, não muito raramente, até aquilo que à partida parecia impossível! Quantas e quantas vezes não ficaram e ficam sózinhos, sem o apoio dos restantes elememtos directivos, na organização de eventos da sua Associação? Que tipo de apoios lhes são concedidos? Quem vem em socorro de uma actividade que visa o engrandecimento do estatuto de capital cultural do concelho que é Alpedrinha?
As nossas Associações ainda são um exemplo de referência. Provavelmente, com apoio da chama humana, serão capazes de fazer muito mais e melhor. Mas sem esse alento, é particularmente difícil e tudo o que vão fazendo é digno de relevo.
Muito terá ficado por fazer, mas muito haverá para fazer. Alpedriha merece-o.
Assim a juventude o entenda e se comprometa no envolvimento associativo com actividades nobres das quais também tenhamos que nos orgulhar.
Sr. Eduardo:
Agradeço do fundo do coração o seu comentário.
Não podia estar mais de acordo consigo em relação às matérias que trouxe a lume. Deixe-me dizer-lhe que tenho por si um enorme apreço, estima e admiração pelo empenho que coloca em tudo onde se envolve. É um exemplo a seguir pelos mais novos que neste momento estão de costas voltadas para todas estas questões.
Eu estive 6 anos na direcção da Liga dos Amigos e revejo-me totalmente nas suas palavras. Neste momento a minha vida pessoal e privada não me deixam alternativa e não estou em condições de fazer parte de nenhuma associação. Os factos de ter uma filha pequenina e de estar a estudar na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, completam-me o tempo quase na totalidade. Para estar de corpo e alma nos corpos gerentes de uma associação requerem tempo livre que neste momento não tenho. Mas espero voltar daqui a algum tempo.
Quanto ao seu blogue, Varanda da Gardunha, vou lê-lo frequentemente e comentá-lo também.
1 abraço e obrigado.
Enviar um comentário