2008-07-02

ALPEDRINHA COMEMORA OS 200 ANOS DAS INVASÕES FRANCESAS

“ALPEDRINHA foi a terra do distrito de Castelo Branco que mais sofreu com a invasãofrancesa; os seus habitantes por três ou quatro vezes se viram a braços com as tropas de Napoleão, e de cada uma das vezes o seu sangue correu a jorros, iluminado pelo clarão sinistro dos incêndios; dezenas de moradas e casas ficaram reduzidas acinzas, depois de roubadas e saqueadas, e aquilo que não poderam levar o derramaram pelo chão; Igrejas e Capelas profanadas, as mulheres violadas, crianças e velhos assassinados com requintes de crueldade; nem o hospital escapou à rapacidade feroz dos soldados de Loison e de Foy.Os poucos documentos que restam dessiminados em livros das Irmandades e assentos paroquiais, apesar do seu laconismo, ainda nos podem servir de guia para avaliarmos as horas crudelissimas de angustia indivisível que os Alpetrinienses, de então,(5 de Julho de 1808) tiveram, fugidos e tresmalhados por esses alcantis da penhascosa serra da Gardunha.E mesmo aí os ia procurar o ferro assassino desses soldados sedentos de sangue,vampiros horríveis comandados por um dos generais que maiores provas de crueldade deram nessa desgraça denominada da Peninsula : - O general Loison, mais conhecido pelo "Maneta".
António José Salvado Mota in “Monografia d’Alpedrinha”

“A 4 de Julho chega a Alpedrinha a proclamação de Junot aos portugueses: Que delírio é o vosso? Que a população, por “unânime e espontânea resolução”, “prontamente” reduziu “a mil bocados”, decidida a quebrar o jugo do ocupante. Quando, acabado de chegar de Atalaia do Campo, Loison se apercebe da insurreição, destaca uma parte da força, sob o comando do major Mellier, para acometer a importante vila, então sede de concelho. Os populares, “ainda em pequeno número e mal armados”, ousam disputar-lhe a entrada, “animados principalmente pelo cura da terra”.Também aqui a resistência será breve, porém. “Das seis para as sete da tarde”, precisa António José Salvado Mota, na sua Monografia D”Alpedrinha. Entre os 33 mortos - outras fontes apontam 31 e até 19 - conta-se o próprio capitão-mor, “que, em uniforme, comandava este ajuntamento”. Alpedrinha experimenta a cólera do “Maneta”, cuja tropa “insultou os templos”, arrombou o sacrário da igreja matriz, se entregou a um “saque geral”, seguido de incêndios e da destruição de várias casas. A um arrancaram-lhe os olhos, cortaram o nariz e “os órgãos da geração”. A um outro - o boticário - levaram-no para o campo e queimaram-no vivo, “à vista da paisagem fugitiva, que de alguns montes vizinhos ouvia ainda os seus lamentos”. (Ainda que Salvado Mota, sem pôr em causa a veracidade da história, coloque no lugar do boticário um infeliz que regressava a casa com “uma facha de palha” e foi vítima da ira dos franceses que tinham sido desafiados, pouco antes, pelas fanfarronices de um homem chamado Valentim e de um padre, confessor da rainha Carlota Joaquina. […]
Nenhuma inscrição, nenhuma lápida evocativa da passagem dos franceses por Alpedrinha, a terra que foi, no distrito de Castelo Branco, “a que mais sofreu com a invasão francesa”, asseveram os cronistas locais. Quem o lamenta, agora, é Diamantino Gonçalves. Técnico de óptica e fotógrafo “às vezes”, dedica todo o tempo disponível à pesquisa em livros, panfletos, sítios da Internet, e à busca, campos fora, de rastos da passagem dos exércitos napoleónicos, de cujos resultados dá conta em regulares escritos nas páginas do histórico Jornal do Fundão. Se vivesse naquele tempo, ele próprio teria sido vítima da ocupação. Mas às mãos dos seus compatriotas. “Não estou de acordo com nenhuma invasão, seja em que país for. Mas teria uma certa simpatia por Napoleão e pelas ideias de liberdade que a Revolução Francesa trouxe. Os códigos de Napoleão estiveram impressos para serem publicados em Portugal. Teria sido um grande avanço”, filosofa. […]
Independentemente de outras considerações, porém, não compreende a ausência de sinais comemorativos de uma resistência que, sustenta, marcou o princípio do fim de Napoleão. “Ele próprio escreve que perdeu aqui a face do Império. Derrotámos Massena, que era só o general que ele mais estimava. Não conseguiu tomar Lisboa e teve que retirar, humilde. Ora, nós nunca tivemos orgulho nisso, não se percebe porquê.”Diamantino Gonçalves tem orgulho. E por isso ainda há não muito tempo evocou a derrota de Massena às mãos dos homens destes montes e vales em Enxabarda, na Serra da Maunça. Com o presidente da Junta de Alpedrinha, Barata Roxo (um dinossauro do poder local democrático, onde milita desde 1976, apenas com dois pequenos intervalos), começou já a discutir a forma de levar por diante a comemoração do bicentenário do levantamento contra os homens de Loison do povo desta vila, situada a meia encosta da Serra da Gardunha.”Há cem anos, parte das comemorações foram no Porto. O Rei foi lá. Editaram-se livros. E agora, nos 200 anos, não vai haver nada?”, lamenta Diamantino Gonçalves.”
http://dbgoncalves.wordpress.com/as-imvasoes-francesas/

Está marcado para o dia 5 de Julho de 2008, a celebração dos 200 anos das invasões francesas em Alpedrinha. Este evento terá lugar no Adro da Igreja e tem o seu início marcado para as 21:30 p.m. com o seguinte programa:
- Descerramento de placa comemorativa;
-Cerimónia Religiosa;
-Momento de poesia com Alice Peixeiro;
-Conferência com Dr.ª Antonieta Garcia;

Estas comemorações são da iniciativa da Junta de Freguesia de Alpedrinha, com a colaboração de Alice Peixeiro, Dr.ª Antonieta Garcia, Diamantino Gonçalves, João Barroca, Liga dos Amigos de Alpedrinha e Paróquia de Alpedrinha.

Foto: www.paredaoeiras.blogspot.com

JUNTA ASSINA PROTOCOLO COM A CASA DO POVO

Numa aposta clara em criar condições para a prática desportiva, a Junta de Freguesia assinou com a Casa do Povo, um protocolo de cedência das instalações do polidesportivo. Este protocolo tem como finalidade permitir que a Junta de Freguesia promova algumas obras de melhoramento daquele espaço, possibilitando assim a prática desportiva em melhores condições de comodidade e segurança. No conjunto dos melhoramentos a efectuar, destacam-se a colocação de novas redes protectoras no recinto, o arranjo do piso, a pintura de paredes e a abertura de uma porta lateral de acesso aos balneários.
Estas obras já estão a decorrer e prometem ser breves.

NOVO ESPAÇO DESPORTIVO EM ALPEDRINHA

Com o objectivo de criar um novo recinto desportivo, foi assinado um contrato de arrendamento com o proprietário do terreno junto à Avenida Paçô Vieira, em frente ao TCA, no local onde esta associação colocou uma pista de obstáculos no 1º Passeio de TT, realizado no passado dia 3 de Novembro de 2007.