O início das celebrações do VI centenário do nascimento e falecimento do Cardeal D. Jorge da Costa já tem data marcada. Será no próximo dia 23 de Novembro, na Igreja da Misericórdia de Alpedrinha, que decorrerá a Cerimónia de Homenagem ao Cardeal D. Jorge da Costa. Espera-se que estejam representadas altas figuras da Igreja Católica, do Vaticano, do Estado Português e da União das Misericórdias.
Recorde-se que o Cardeal de Alpedrinha, D. Jorge da Costa, nasceu em Alpedrinha no ano de 1406, filho de Martim Vaz e Catarina Gonçalves.
Estudou em Paris e foi prelado em várias dioceses: Bispo de Évora em 1463, Arcebispo de Lisboa, em 1464 e Arcebispo de Braga, em 1501.
Foi feito Cardeal pelo Papa Xisto IV, em 18 de Dezembro de 1476, com o título dos Santos Pedro e Marcelino.
Foi Cardeal de Portugal em Roma, durante o pontificado de quatro Papas (Inocêncio VIII, Xisto IV, Alexandre VI e Júlio II); tendo contudo no conclave a seguir a Alexandre VI sido D. Jorge da Costa o escolhido para Papa. Renunciou ao cargo, vindo a eleger-se em nova votação Júlio II, que no momento da “obediência”, dispensou D. Jorge da Costa de se ajoelhar, para o fazer subir os degraus do trono, para, com um beijo na fronte e um abraço de reconhecido apreço, lhe dizer: “Se estou neste lugar, a ti o devo. Eu serei o Papa de direito. Mas tu serás o Papa de facto”.
Recorde-se que foi quem representou Portugal na assinatura do histórico Tratado de Tordesilhas onde ficou conhecido como Cardeal de Portugal, e mereceu que Nuno Gonçalves lhe desse um lugar de relevo entre as figuras históricas de “Painel de S. Vicente” onde é referido como o Arcebispo.
Dotado de invulgares qualidades, foi diplomata, e teve o maior valimento junto de D. Afonso V, de quem foi conselheiro e confessor, tendo sido também mestre-capelão da sua irmã, a infanta D. Catarina.
Devido a incompatibilidades com o rei D. João II, foi viver para Roma em 1483, onde acabou por passar grande parte da sua vida, governando a partir da Cúria Romana a diocese.
Por onde passou deixou marcas da sua personalidade.
Deve-se a D. Jorge da Costa a criação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com todo o apoio que deu à Rainha D. Leonor, tendo, para o efeito, movido influências em Roma para que a nova instituição surgida em Portugal tivesse o reconhecimento do Papa. Em Évora, enquanto bispo daquela diocese, consagrou o Mosteiro de Santa Clara. Foi também o Cardeal, que, a pedido da Rainha D. Leonor, facilitou a elaboração dos estatutos do Hospital das Caldas.
D. Jorge da Costa, célebre Cardeal de Alpedrinha, morreu exilado em Roma, em 19 de Setembro de 1509, por contrariar a política centralista imposta à nobreza pelo rei D. João II.
Merece, pois, D. Jorge ser evocado e ver perpetuada a sua memória, não só no País e na Igreja que serviu, como sobretudo na sua terra natal que tanto se honra com a sua lembrança.
Fontes:Wikipédia e Agência Ecclésia.